DNA do Crime: superprodução da Netflix tem ótima ação, mas vale pelas relações
Série da Netflix segue a tradição de obras policiais brasileiras, com ação, traições e intrigas, mas tem um toque pessoal nas grandes atuações de Maeve Jinkings e Rômulo Braga
O cinema policial brasileiro tem uma longa linhagem, rendendo clássicos como o “O Assalto ao Trem Pagador” (1962), de Roberto Farias, e “Lucio Flavio: O Passageiro da Agonia” (1976), de Hector Babenco, mas foi no início dos anos 2000, com os lançamentos de “Cidade de Deus” (mais um Scorsese à brasileira que um policial) e, principalmente, os dois “Tropa de Elite”, de José Padilha, que criou-se um padrão estético e de narrativa para essas obras. De repente, a todo momento surgiam filmes como “Federal” (2010), “Intervenção” (2021), “Alemão” (2014) e até mesmo o constrangedor “Polícia Federal: A Lei é Para Todos” (2017), o famoso filme da Operação Lava-Jato.
José Padilha, diretor e roteirista dos filmes estrelados por Wagner Moura, não criou o violento discurso de um anti-herói disposto contornar as regras, e tampouco aquela estética, a narração em off, com uma voz sofrida, mas popularizou ambos a ponto de tornar aquilo uma espécie de assinatura. Basta ver “O Mecanismo” ou “Narcos”, séries criadas por ele, para entender o estilo presente também em “DNA do Crime”, que a Netflix lança em 14 de novembro – sai José Padilha e entra Heitor Dahlia (“O Cheiro do Ralo”, “Serra Pelada”), mas a pegada é a mesma.
“DNA do Crime” é uma superprodução brasileira baseada em alguns crimes reais. A série se passa basicamente na tensa fronteira entre Brasil e Paraguai, alguns criminosos brasileiros adotaram as táticas do chamado Novo Cangaço e fecharam cidades inteiras, fazendo até reféns para a realização de roubos. Logo descobrimos que um dos sujeitos por trás do ataque é também o responsável pela morte do parceiro de Benício (Rômulo Braga), um policial marcado pela vida, amargurado, e que busca vingança.
Um “lobo solitário” disposto a tudo para se vingar, Benício prefere trabalhar sozinho, com seus próprios métodos, mas tudo muda quando ele ganha uma nova parceira, Suellen (Maeve Jinkings, de “Os Outros”). Ao lado de outros colegas da Polícia Federal e contando com a ciência (o "DNA" do título é literal), eles terão que desmascarar e enfrentar uma das maiores organizações criminosas do Brasil.
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Maratonei! Assisti num só dia. Muito legal