Batman, Julia Roberts e a melhor franquia blockbusters em ótimas dicas do streaming
Série animada do Batman traz o melhor do personagem em muito tempo, mas também tem comédia romântica, drama e muito mais nas dicas desta semana
Por motivos de “fiquei vendo Olimpíadas mais do que deveria”, acabei não escrevendo nenhuma crítica mais longa durante a semana. Errei, fui moleque.
As dicas para o final de semana, no entanto, estão aqui! Posso até decepcionar, mas pelo menos o faço pela metade.
Manual de assassinato para boas garotas (Netflix)
Adaptação da BBC (apesar da alcunha de original Netflix) para o sucesso literário de Holly Jackson, “Manual de assassinato para boas garotas” tem roupagem adolescente, mas é uma série bem superior à boa parte das lançadas pela plataforma.
Em seis episódios, acompanhamos Pippa (Emma Myers), uma jovem no último ano de escola e obcecada por um crime ocorrido na cidade há cinco anos, o assassinato na popular Andie Bell pelo pacato Sal Singh.
O texto é agil em apresentar seus elementos iniciais e em construir a personalidade de Pippa, deixando bastante tempo para o mistério. E se Sal não fosse o responsável pela morte de Andie? Pippa logo começa a investigar o caso e percebe muitas pontas soltas na investigação. Até onde aquela cidade está disposta a conhecer a verdade?
“Manual de assassinato para boas garotas” está sempre em movimento, com pistas indicando diversos caminhos à protagonista (e ao espectador) e conferindo ótimo ritmo à narrativa. Não é incrível, mas é bem feita, com bons personagens e uma ótima montagem.
Batman: Caped Crusader (Prime)
Animação do Prime Video para o Batman é um afago para os fãs do personagem nos quadrinhos. Em dez episódios curtos, a série acompanha os primeiros dias de atuação do herói, quando ele ainda era uma espécie de lenda urbana em Gotham.
A série carrega uma ingenuidade das histórias em quadrinhos, com arcos fechados a cada episódio, mas com uma história principal se desenvolvendo como pano de fundo. O texto traz diversos personagens clássicos, não necessariamente em suas versões mais conhecidas, mas que funcionam em uma estratégia de criar uma conexão com o espectador sem muito esforço.
É interessante como a obra parte da premissa de que, obviamente, todos já sabemos o que aconteceu com os pais de Bruce. O texto se aproveita disso para criar novas camadas ao personagem, sem muito apego ao cânone, mas também sem desrespeitar tudo o que já foi feito com o Batman.
“Batman: Cruzado Encapuzado”, por mais que o título não funcione muito bem em português, é um excelente produto para um personagem clássico; uma obra que respeita as origens do herói, mas que vai um pouco além, nos aproximando não apenas de Bruce Wayne, mas também de todo universo do crime de Gotham.
Mulheres de Azul (Apple)
Baseado em acontecimentos reais, a série mexicana “Mulheres de Azul” acompanha um grupo de mulheres recrutadas pela polícia mexicana como uma “resposta” à investigação de um serial killer que agiu na Cidade do México em 1971.
Com boas doses de melodrama mexicano, mas sem fazer disso seu foco, a série tem boas personagens, todas com dramas particulares, e se sai bem na construção do mistério.
As primeiras policiais mulheres da capital mexicana não representaram exatamente um avanço progressista, mas sim um grande golpe publicitário do governo para tirar os holofotes da incompetência da polícia no caso do serial killer. “Mulheres de Azul” ainda bem é bem interessante lidando com temas sociais na conservadora e católica sociedade mexicana do início dos anos 1970.
Um bom drama policial, com algum dramalhão novelesco, mas com um bom ritmo e bons arcos.
Planeta dos Macacos: Reinado (Disney)
Talvez a melhor e mais subestimada franquia de blockbusters dos últimos anos, “Planeta dos Macacos” reinicia sua história com o novo filme, recém-chegado ao Disney+. O reinício, porém, vem totalmente conectado aos três filmes anteriores, em um novo mundo em que tudo aquilo aconteceu e resultou em um mundo completamente diferente.
Ambientado centenas de anos depois de “Planeta dos Macacos: A Guerra”, “Reinado” nos apresenta a um novo universo, um mundo já consolidado onde, de fato, os macacos dominaram toda a existência e os humanos sobreviventes são tratados como espécies exóticas.
“Planeta dos Macacos: Reinado” talvez não tenha a carga emocional do último filme, quando todos já estávamos apegados a Cesar e a outros personagens daquele universo, mas introduz um mundo riquíssimo e super complexo. Como reinício, é difícil pensar em uma obra melhor – o conhecimento dos outros filmes é recomendado, mas “Reinado” funciona bem como um filme independente e, principalmente, como um primeiro capítulo de uma nova história cheia de possibilidades.
Bilhete para o Paraíso (Prime)
Julia Roberts e George Clooney em uma comédia romântica talvez seja o suficiente para despertar o interesse do público. Os dois vivem um casal divorciado, não necessariamente em bons termos, que viaja para o casamento da filha, em Bali, mais para impedi-la de cometer o mesmo erro que eles cometeram há 25 anos do que para assistir à cerimônia.
“Bilhete para o Paraíso” usa a estrutura convencional de comédia romântica e o faz muito bem. Cheio de encontros e desencontros, o texto é eficiente tanto para construir o que distancia os protagonistas quanto para mostrar que talvez ainda exista algo naquela relação.
É uma comédia romântica segura e divertida, sustentada pelo carisma de dois grandes atores e pelo conforto que o gênero oferece.
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Bilhete para o paraíso é ótimo! 😉
Com olimpíadas,tá mais difícil mesmo!!!